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sexta-feira, 6 de julho de 2007

Cinema gabrielense

Ainda sou do tempo do cinema em São Gabriel. Já bem diferente do que contam meu pai e meus tios em seus tempos de trocar figurinha em frente ao cinema de varias sessões semanais, mas sou.
Foi numa época de nuvens de “cascudos” sobrevoando e logo caindo sob nossas cabeças. Época em que convencíamos ou lubridiavamos o porteiro de nos deixar isento do pagamento de cinco reais. Há pouco tempo implantada a nossa moeda, achávamos que enganávamos o porteiro e ainda lembro daquele prazer de passar do lado da roleta e correr pro interditado 2° piso. Nunca mais vi o solidário porteiro. Gostaria de agradecê-lo
Meu primo e eu éramos uma dupla, jogávamos futebol em pleno calçadão, com luminárias como goleiras. Atrás de cada par de luminárias, arbustos cheios de espinhos. Furamos muitas bolas, acertamos muitas boladas em pessoas que passeavam pelo nosso campo, o calçadão, ouvimos e também xingamos bastante, fizemos muitos gols, mas o que nos fazia correr dali era quando dávamos boladas nos bojos das luminárias a 3 metros de altura. Os bojos eram de vidro. Aqueles vidro branco, bonito. Blem... no chão, todo quebrado. Corremos muitas vezes acho que fugíamos antes do bojo se espatifar em cacos no chão.
Agora, com a cidade sendo novamente tomada pelos besouros, renasce a esperança de ver o cinema funcionando, um “bando” de guri jogando bola em frente ao, agora, centro de eventos e juntando “cascudos” em grandes copos e os enchendo com água quente do lendário chimarródromo.
Só que o tempo não volta. Passo pelo calçadão, ainda são as mesmas luminárias, soque os bojos agora são de plástico. O arbusto de espinho espeta agora minha lembrança em não o ver mais.
Não tem maiôs ninguém correndo pelo calçadão, salvo alguém apressado. As linhas amarelas as quais corríamos sobre elas já estão apagadas. E, alem de tudo, tem um “guardinha” que não deixa nem andar de bicicleta no calçadão. Como pode haver diversão assim?
Provavelmente eu tenha sido um dos jogadores da ultima partida de futebol do calçadão.

Elder Corrêa Jr

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