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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Parei de Beber

Dia 28 de novembro de 2007 foi o dia que decidi parar de beber, digo, de beber cerveja ou qualquer tipo de bebida com álcool. Não que a bebida houvesse tomado conta de mim. Eu bebia só nos finais de semana, finais de jogos, festas, churrascos e quando saia pra noite. Só que desde o início do mês que eu jogava, ia em festas, em churrascos e saia pra noite diariamente. Portanto bebia. Raras vezes cometi exageros, uma ou duas vezes, no máximo. Sabe, eu achava bonito beber. Não é. Confesso que acho muito mais bonito fumar e jogar sinuca (os dois juntos), porém nunca fumei e não jogo sinuca. Até que um dia, nesse dia 28, olhei ao meu redor e me vi numa cena lamentável: Eu só de cueca na cama, o chão cheio de papéis- rabiscos de poemas e contos inacabados, sentimentos vagos ou profundos- lixo espalhado, latinhos e garrafinhas de cerveja na beira da cama e pelos cantos, roupas no chão ou em cabides e uma TV ligada que passou a noite assistindo uma noite de prazer que já não lembro direito, um relógio que marca 13 horas e eu recém acordando com gosto de cerveja na boca. Naquele dia eu mudaria. Limpei meu quarto, meu banheiro, dei um trato na casa e tomei a decisão de não beber mais. Mas não largaria a noite, o futebol, as mulheres, os amigos, isso é que não! No início a estranheza dos meus amigos sobre essa mudança, mas depois acostumaram. Eu não precisava daquilo. Meus amigos também não. Bebiam porque bebiam. Um bebia, os outros bebiam junto. Só. Só fui beber novamente no dia 17 de dezembro. Um gole só. Sem querer, até. Foi na comemoração de um ano da conquista do titulo de campeão mundial pelo Internacional. Me alcançaram a taça e eu bebi. Tudo bem. O momento merecia. O Inter merecia. Eu merecia. Depois disso bebi mais algumas vezes. No réveillon e no carnaval. É. Está bem... eu não consegui parar de beber. Não que o álcool seja maior do que eu, mas é difícil. Não um martírio, nunca, mas é complicado. O fato é que eu já nem bebo quase. E que diabos isso tem a ver com esportes, com futebol? É que eu bebia muito mais quando eu não tinha 18 anos, quando era proibido. Agora que posso comprar e beber e ficar bêbado não compro, não bebo e não fico bêbado. E se tivessem me proibido de beber eu seguiria bebendo. Não é com imposições e muito menos com brigas que eu mudaria. Vagner Mancini tinha muita autoridade com os jogadores do Grêmio. Agora o trocaram por Celso Roth, um durão que não vai fazer o trabalho conciliador e invicto que fazia Mancini, ele vai gritar vai brigar e com isso vai perder. Falar alto, impor e brigar não quer dizer autoridade. Conscientizar e conversar sim.


Elder Nunes Junior
Texto publicado no Cenário de Notícias dia 20/02/2008.

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