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terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

NUM TIME GRANDE

Não sou, definitivamente, um contista de tristezas, apesar dum forte ar nostálgico, mas desta vez não venho contar alegrias. O que conto agora é para que pelo menos um de meus leitores siga um exemplo.
Sinceramente, eu gostaria que este leitor fosse você. Você mesmo, que está lendo agora e que acaba de olhar pra si próprio ou para algum lado.
Morreu semana passada um grande atleta dum grande time que poucos podem jogar e poucos conseguem reconhecer. Ele jogava no time das pessoas boas, generosas e honestas. Esta pessoa a qual me refiro é o pai de um amigo meu, que também joga neste time.
Nada pode ser maior que a dor da perda de um pai, ou filho, ou irmão... Neste momento deve estar passando um longa-metragem na memória deste meu amigo. Um filme cheio de alegrias vividas com seu pai que tanto lhe ensinou e deu orgulho. Que o levantou em tantas quedas e que quase chorou ao ouvi-lo falar pela primeira vez “papai”. Um filme lindo. Mas e quando ele lembrar as brigas sem motivos e sem pedidos de desculpa ou perdão? Ou pior: quando ele lembrar que não sabe qual foi a última vez que o abraçou e disse: “eu te amo, meu pai”?
Isso de não dizer o quanto amamos as pessoas é comum. Eu mesmo quase não digo. Isso que eu amo muita gente. Amo minha mãe, minha irmã, meu pai, meus avós, meus parentes, todos. Amo meus amigos e amigas, amo meu Internacional e, admito amar até o Grêmio, mas isso eu explico noutra ocasião. Amo muitas mulheres, divididas em amores possíveis, impossíveis, platônicos e vividos. E até já chorei por amor e desamor.
Sei que palavras não significam mais que atitudes, mas provavelmente a pessoa amada precise ouvir que é amada. Por isso vou tentar dizer pra quem eu amo que eu amo.
Você já disse que ama seu filho, seu pai, sua mãe, e sua mulher hoje? Já olhou nos olhos de alguém e disse: “eu te amo”?
Diga. Pois amanhã pode ser tarde. Mas se disser, diga com sinceridade.
O pai desse meu amigo saiu do nosso convívio pra brilhar no time dos anjos bons generosos e honestos. Uma grande contratação de Deus, um grande desfalque, lástima e pesar para nós, humanos...

Elder Nunes Junior
Texto publicado no Jornal Cenário de Notícias em 26/02/2008.

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