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quinta-feira, 2 de agosto de 2007

O primeiro desemprego

*titulo altenativo* o primeiro grande dia tortuoso de um neo-desempregado*


- Tudo é culpa da globalização e desses malditos yankes!!!
Era o que eu dizia dos 12 aos 17 anos. É claro que eu continuo pensando assim, mas já passou esse marxismo neurótico.
E hoje, após terminar o segundo grau, me vejo tendo de tomar um rumo na minha vida. Problemas de adolescente?
Que droga já tenho 18 anos, nem posso usar essa desculpa. Mas após meus anos de aluno secundarista, que mais pareceram anos como terrorista, eu aponto mais um míssil para a escola. Talvez não seja culpa dela, nem dos professores, mas alguém já notou que a principal utilidade da escola esbarra no seu próprio rabo?
Pois em minha opinião ela é incoerente ao pisar no seu próprio rabo. E direi o porquê.
Toda a escola tem por função capacitar os indivíduos, transformá-los em cidadãos que desempenhem seus papéis na sociedade, enfim, que sejam profissionais sérios e dedicados. Mas não é bem o que acontece na vida real.
Tiro essa conclusão desde que terminei o segundo grau, e a mim foi perguntado:
Agora tu és um?
- Desempregado - secamente respondi.
- Poxa, eu não tinha pensado nisso - disse a professora com a fisionomia de um filho quando descobre que a mãe não é virgem.
E foi obrigada a concordar comigo. Volto a dizer que a culpa não é da escola em si, mas uma coisa é inegável, todos os anos as escolas formam um rebanho de novos desempregados. Afinal é uma instituição em que você entra como estudante, um jovem com uma vida pela frente, o futuro da nação, e sai de lá como um desempregado, salvo pelos que já trabalham, os que já passaram em algum vestibular, ou que vão tocar em frente o negócio de seus pais.
Eu sou tão nostálgico que tenho saudade de um tempo que não vivi, ou melhor, que nem era nascido. Do tempo das escolas Polivalentes, em que o aluno aprendia até a cozinhar. Bom isso faz tanto tempo, para se ter idéia naquela época minha tia Sônia, que lecionava em uma escola destas, conseguiu comprar um Opala zero.
Estamos em 2007 e hoje, com um salário de professor, não se consegue comprar nem mesmo a porta do próprio Opala que hoje deve habitar um ferro-velho. Bom, mas as gerações passam, os Opalas acabaram e as classes dos docentes e alunos seguem sucateadas. E assim vai caminhando, ou melhor, tropeçando, a educação brasileira e riograndense, com seus ex-alunos desempregados e professores procurando um emprego melhor, e com um salário mais digno, já que a nossa querida governadora quer tornar a profissão insalubre.
Enfim, chego à outra conclusão estapafúrdia:
“A escola é como a masturbação, só tem graça quando somos novos e ainda não conhecemos nada melhor”.



Lucas Loch Moreira

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