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segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Mais uma noite no barzinho

Divorciado, bem sucedido profissionalmente, 40 anos, sem muito o que fazer durante a semana, mas hoje é sábado. Tenho freqüentado um barzinho, no centro, ultimamente. Não é qualquer barzinho, é o mesmo bar. Um bar elegante, não tão badalado, é verdade. E badalação é tudo o que um solteirão deveria buscar, ao menos nos sábados. Porem ele tem algo fascinante, um ar de sensualidade que, talvez apenas eu sinta, não sei.
O que tem me levado lá é a música. Ela canta. E canta muito bem. Parece que escuto a voz dela como um cochicho em meu ouvido, e a luz baixa deixa-a ainda mais bela. Sempre peço ao garçom que ela cante a musica Sozinho, só para ouvir “... às vezes no silencio da noite, eu fico imaginando nos dois...”, clássico. Fico olhando-a incansavelmente, e tenho a impressão que ela canta pra mim.
Desta vez estava confiante, quando percebi que ela estava com os olhos em mim, toquei discretamente em minha garganta, sinalizando que gostaria de falar com ela. Ela piscou lentamente os olhos.
Ao término do show, ela levantou-se, agradeceu, poucas pessoas, solteiros, casais, amigos, amantes, desconhecidos, desceu do palco que comportava um banco, um microfone, ela. Vestia um lindo vestido azul com uma fenda ao lado que deixava suas coxas a mostra, suas curvas e um decote que escondia, mas não tapava. Nossa! Uma mulher que leva a loucura o imaginário de qualquer homem.
Sentou-se ao meu lado, no balcão: O que um belo homem faz três noites seguidas, e sozinho? Disse ela tocando seus cachinhos.
_ O primeiro foi culpa do acaso, os outros foi você.
Fui objetivo como nunca, levado pela circunstância e otimismo, falei exatamente o que deveria. E sem ga guegue jjjar.
Antes que o silencio das minhas palavras ecoasse: Acompanha-me num Drink?
_ Sim a noite é longa. Sua resposta veio acompanhada por um lindo sorriso insinuante.
Pedi dois Dry Martini ao garçom, o meu com pouco gelo e com uma dose maior de vermute.Seus olhos, seus poros, seu cheiro, sua boca, meu olhar, minha inquietação. Enfim chegou o sábado, e noite acaba de iniciar.


Elder Nunes Corrêa Junior

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