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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Meu amor dos oito anos

Quando a vi no caixa do supermercado tive a certeza que era ela. Era meu primeiro amor. Eu tinha oito anos. Talvez me digam que aquilo não era amor, que eu nem sabia o que era amar. Mas aquele era o mais sincero e fiel amor que já vivi. Um amor sem limites, sem fronteiras, sem poses, sem maiores ambições, sem toque, sem beijo... sem fim.

Reparei no que comprava. Biscoito, iogurte, cerais e uma caixa de bis branco. Nesse instante de análise conseguia sentir o cheiro da flor de jasmim que tinha ao lado do balanço que brincávamos na praça. Só podia ser a Kelly ( para não compromete-la, o nome é fictício, mas quem conhece a história vai saber de quem se trata). O tamanho da certeza de que era a Kelly era o mesmo do medo que tinha de chegar até ela e falar: Lembra do Juninho? Sou eu.

Mas se ela nem quisesse saber de mim. Ou pior, se não lembrasse de nada. Afinal nunca mais tínhamos nos visto. Se tivesse namorado, ou mesmo casada. Mas se me reconhecesse e também nutria esse sentimento de infância mesclado com o medo de gente grande? Também tinha a chance de não ser ela, mas uma sósia.

Eu tinha que descobrir.

E agora? Estou me sentindo como um batedor de falta no final de jogo. Um filme passa pela minha cabeça, mas a barreira está adiantada e tudo depende desse chute. No próximo capítulo. Acompanhe.

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