Marcadores

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Goleiro, uma profissão para poucos

Qualquer um pode jogar na frente, na lateral, no meio ou na defesa, improvisado e se dar bem. Mas para se dar bem debaixo do arco são outros quinhentos. Até porque, geralmente quando se é mandado para o gol é de contragosto.

Há pouco eu não entendia porque alguém decidia ser goleiro. Uma criança diz: _quero ser goleiro. Só goleiro, nãos esses que batem falta, pênalti e a cada jogo fazem milagres salvadores. Decidem ser goleiro e enfrentar as paradinhas, as jogadas ensaiadas, que desmontam qualquer barreira. Não conseguia entender porque, afinal, alguém queria jogar contando apenas com três amigos: as duas traves e o travessão, sendo que muitas vezes esses amigos o traem.

Quem me respondeu foi meu primo, de apenas 10 anos. Ele me disse que era goleiro. Achei que seria meia ou zagueiro, mas não. Preferiu jogar com a camisa 1 nas costas e as havaianas nas mãos. Perguntei por que ele decidiu ser goleiro e o garotinho respondeu na lata com a sinceridade, espontaneidade e razão que sua idade lhe confere:

_Eu gosto de defender. Meus colegas jogam melhor que eu; e eu ataco melhor que todos.

Na verdade ele já dava indícios. Eu que não queria enxergar. Era por isso que ele usava aquele pedaço de couro no joelho das calças.

Tem nome de craque. Renah é o nome dele. Guardem esse nome.

Parabéns, Renah. 26 de abril é o teu dia. O dia de uma das profissões mais difíceis, depois, é claro, de minerador e de marido de mulher autoritária. Essas sim são as profissões mais estressantes e complicadas que já inventaram no mundo inteiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário