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quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Nostalgia indie

Onde foram parar aqueles velhos planos?
Em que bares, banheiros, paredes ou canos?
Onde estão aqueles compridos cabelos e panos?
Será que se passaram afinal tantos anos?
Será que ainda estou avaliando os danos?
Pra onde foram parar minhas camisetas?
Camisetas pretas? Anos 90?
Porque não se escuta mais Nirvana?
Onde está aquele velho fliperama?
Eu nasci em 89
Não quero 2007
O que é internet? Uma nova fita K7?
Quero de volta minhas figuras
Quero de volta meus chicletes
Quero viver aventuras
Bicicletas
Patinetes
Quero voltar no tempo
E matar as aulas que não matei
Quero fazer o que pensei
Quero brigar na saída
Acho que nunca briguei
Não sei
Deveria ter aproveitado cada segundo do dia
Eu era feliz e não sabia


Lucas Loch Moreira

domingo, 19 de agosto de 2007

Sim, somos CACHORROS


Waldick Soriano até que tenta nos defender cantando: “Eu não sou cachorro não”. Mentira. Eu me pus a contar sobre as falsidades do universo feminino, mas o destino colocou a pedra da consciência em minha frente. Vou falar das canalhices de nos, homens. De alguns exemplos.
Dia desses saímos, dois amigos e eu. Fomos a um churrasco. Na casa de algumas “amigas” do colégio. Cada um inventou uma desculpa a suas namoradas e fomos para a festinha. Quando foi de tardezinha ligamos os celulares. Em menos de cinco minutos começaram a tocar. Começaram as desculpas esfarrapadas:
_ Bah, amor! No sítio não pegava o celular, eu mesmo tentei te ligar, cheguei a subir numa arvore, nem assim consegui.
Sem demora a próxima:
_que desligado, oquê!? Eu que tentava te ligar e sempre dava ocupado. Com quem tu tava falando todo esse tempo?e ainda vem dizendo que o meu que tava desligado, francamente...(e desligou o telefone na cara dela).
Quase ao mesmo tempo a minha namorada me ligou, indagando o porquê do meu celular estar desligado ou fora de área. Sem demora respondi:
_ É que o Lucas tava me convidando pra um jogo no final de semana, quando cheguei no posto de gasolina e ali tinha uma baita placa alertando do perigo de entrar com o celular ligado. E tu sabe, amor, que eu sou muito azarado. Tive que desligar. Enfim, acabei esquecendo de ligar novamente, mas daqui a pouco eu chego ai,beijo.
Cada telefonema desses foi um festival de gargalhadas. Uma mentira mais genial que a outra. Claro que todas colaram. Somos cachorros mesmo.
Mas a culpa é delas mesmas, as mulheres, que nos rotulam assim. Deixando-nos, não somente na direito, mas também na obrigação da cachorrice.
Então gritemos: Sim, eu sou cachorro. Temos que admitir, até porque de uma forma ou de outra somos mesmo. Têm os encoleirados e os sem dona, estes em duas versões: os cachorrões e os cachorrinhos.
E vou aproveitar este espaço para fazer um anúncio publicitário às mulheres: Sou vacinado, acostumado com gente, dentes saudáveis, pêlo macio, cheiroso, tenho pedigree e não mordo (só mordo se pedir).

Elder Corrêa Jr

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Alma de vidro

Crash!!!
Agora sou cacos
Espalhados pelo chão
Cacos do que um dia fui
E que jamais se colarão
Pedaços de um tempo
Que virou recordação
Fragmentos de uma geração

Ainda serei pó
Dos cacos que estou sendo
E eu assim me vendo
Deixo que passem
Que pisem os transeuntes
Que pensem só em uma forma de me espatifar
Mas antes ser pó
Que cortar os dedos de quem tentar me levantar

Lucas Loch Moreira

domingo, 12 de agosto de 2007

O feitiço contra a FEITICEIRA

Estávamos vivendo nas mil maravilhas. Ela me jurava amor eterno. Que eu era tudo para ela, a melhor coisa que já havia acontecido em seus 20 anos de vida.
Eu no começo nem gostava tanto dela, mas como não iria me apaixonar por aquela moça, loira, olhos verdes, um metro e setenta - bem minha altura-terna, cheirosa, carinhosa, companheira, inteligente, quente. E era colorada, apesar de não acompanhar o futebol. Até sua mãe me adorava.
Dela eu só não gostava duas coisas: Uma era seu péssimo costume de repreender as pessoas quando falavam errado, chegava a ser constrangedor. Ela não perdoava nenhum erro. Outra eram suas amigas, em especial a Claudinha, ninguém me tira da cabeça que ela tentava aproximar seu irmão da minha namorada. Ela dizia que não, que essa história era sem-pé-nem-cabeça. E eu nem insistia tanto no assunto para que não despertasse nela sequer a intenção de reparar no sujeito. Até porque ela repetia para quem quisesse ouvir, que eu era sua alma-gêmea e declarava seu amor a todo instante.
Ela também era tudo para mim, só o que me fazia parar de pensar nela era o futebol, não exatamente o futebol, o INTER. E ela tinha um certo ciúmes disto, embora não reclamasse.
E este sentimento foi colocado à prova. O meu time do coração iria disputar cinco jogos consecutivos no Beira-Rio. Quatro deles pelo Brasileirão e um pela Libertadores. Definitivamente não iria perder esta oportunidade ímpar. Ainda mais que o Inter estava com um time impecável, uma máquina. Com o argumento de que “para afastar é só aproximar e para aproximar é só afastar” palavras ditas por Paulo Santana, parti à capital, deixando-a em São Gabriel aos olhos de todos meus amigos.
Passávamos o dia intero nos falando, ora por telefone, ora pela internet. No dia do segundo jogo do Colorado ela me ligou, uma hora antes da partida. Por medo de ser assaltado deixei meu celular, desligado, na casa do tio Adolfo, onde eu estava hospedado.
No outro dia estranhei que ainda não tinha me ligado. Mas tudo bem. Até que o Júnior me ligou, apavorado, não sabia nem por onde começar, gaguejando mesmo me contou que viu a Natália com outro cara, o Tiago, aquele irmão de sua amiga. Passei o dia abatido. Eu tinha razão. Aquela vadia.
Na noite seguinte vesti minha melhor roupa e fui pro centro. Todo pimpão, cai na gandaia. E porto Alegre é um paraíso particular da esbórnea. Me vinguei.
Para minha surpresa dois dias depois chegou uma carta, pra mim. Era dela, é claro. Me xingando, falando que eu era um traste, que seu novo amante era melhor do que eu em TUDO (assim com letras graúdas), que nunca sentiu prazer em estar comigo, que nunca me amou, que sempre me enganou e que era gremista.
Era tudo mentira. Ela era muito orgulhosa e vaidosa, na certa esperava que eu retornasse um poema com as palavras mais lindas declarando meu amor e implorando que voltasse atrás. Só para mostrar para suas amigas o quanto era idolatrada, a Natália é exibida.
Comprei um envelope, o mais bonito que encontrei, peguei uma caneta vermelha e comecei a corrigir os erros ortográficos da carta. No final coloquei: NOTA 35, e acrescentei um “PRECISA MELHORAR”, em letras garrafais também.
Eu vi o INTERNACIONAL vencer as cinco partidas, cada jogo foi um espetáculo, um massacre sobre cada um dos adversários. Passei uma inesquecível noite de prazer. Mas trocaria tudo isso por ver a cara dela quando, junto com suas amigas, abriu a carta que lhe enviei.

Elder Corrêa Jr

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Mais uma noite no barzinho

Divorciado, bem sucedido profissionalmente, 40 anos, sem muito o que fazer durante a semana, mas hoje é sábado. Tenho freqüentado um barzinho, no centro, ultimamente. Não é qualquer barzinho, é o mesmo bar. Um bar elegante, não tão badalado, é verdade. E badalação é tudo o que um solteirão deveria buscar, ao menos nos sábados. Porem ele tem algo fascinante, um ar de sensualidade que, talvez apenas eu sinta, não sei.
O que tem me levado lá é a música. Ela canta. E canta muito bem. Parece que escuto a voz dela como um cochicho em meu ouvido, e a luz baixa deixa-a ainda mais bela. Sempre peço ao garçom que ela cante a musica Sozinho, só para ouvir “... às vezes no silencio da noite, eu fico imaginando nos dois...”, clássico. Fico olhando-a incansavelmente, e tenho a impressão que ela canta pra mim.
Desta vez estava confiante, quando percebi que ela estava com os olhos em mim, toquei discretamente em minha garganta, sinalizando que gostaria de falar com ela. Ela piscou lentamente os olhos.
Ao término do show, ela levantou-se, agradeceu, poucas pessoas, solteiros, casais, amigos, amantes, desconhecidos, desceu do palco que comportava um banco, um microfone, ela. Vestia um lindo vestido azul com uma fenda ao lado que deixava suas coxas a mostra, suas curvas e um decote que escondia, mas não tapava. Nossa! Uma mulher que leva a loucura o imaginário de qualquer homem.
Sentou-se ao meu lado, no balcão: O que um belo homem faz três noites seguidas, e sozinho? Disse ela tocando seus cachinhos.
_ O primeiro foi culpa do acaso, os outros foi você.
Fui objetivo como nunca, levado pela circunstância e otimismo, falei exatamente o que deveria. E sem ga guegue jjjar.
Antes que o silencio das minhas palavras ecoasse: Acompanha-me num Drink?
_ Sim a noite é longa. Sua resposta veio acompanhada por um lindo sorriso insinuante.
Pedi dois Dry Martini ao garçom, o meu com pouco gelo e com uma dose maior de vermute.Seus olhos, seus poros, seu cheiro, sua boca, meu olhar, minha inquietação. Enfim chegou o sábado, e noite acaba de iniciar.


Elder Nunes Corrêa Junior

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

O primeiro desemprego

*titulo altenativo* o primeiro grande dia tortuoso de um neo-desempregado*


- Tudo é culpa da globalização e desses malditos yankes!!!
Era o que eu dizia dos 12 aos 17 anos. É claro que eu continuo pensando assim, mas já passou esse marxismo neurótico.
E hoje, após terminar o segundo grau, me vejo tendo de tomar um rumo na minha vida. Problemas de adolescente?
Que droga já tenho 18 anos, nem posso usar essa desculpa. Mas após meus anos de aluno secundarista, que mais pareceram anos como terrorista, eu aponto mais um míssil para a escola. Talvez não seja culpa dela, nem dos professores, mas alguém já notou que a principal utilidade da escola esbarra no seu próprio rabo?
Pois em minha opinião ela é incoerente ao pisar no seu próprio rabo. E direi o porquê.
Toda a escola tem por função capacitar os indivíduos, transformá-los em cidadãos que desempenhem seus papéis na sociedade, enfim, que sejam profissionais sérios e dedicados. Mas não é bem o que acontece na vida real.
Tiro essa conclusão desde que terminei o segundo grau, e a mim foi perguntado:
Agora tu és um?
- Desempregado - secamente respondi.
- Poxa, eu não tinha pensado nisso - disse a professora com a fisionomia de um filho quando descobre que a mãe não é virgem.
E foi obrigada a concordar comigo. Volto a dizer que a culpa não é da escola em si, mas uma coisa é inegável, todos os anos as escolas formam um rebanho de novos desempregados. Afinal é uma instituição em que você entra como estudante, um jovem com uma vida pela frente, o futuro da nação, e sai de lá como um desempregado, salvo pelos que já trabalham, os que já passaram em algum vestibular, ou que vão tocar em frente o negócio de seus pais.
Eu sou tão nostálgico que tenho saudade de um tempo que não vivi, ou melhor, que nem era nascido. Do tempo das escolas Polivalentes, em que o aluno aprendia até a cozinhar. Bom isso faz tanto tempo, para se ter idéia naquela época minha tia Sônia, que lecionava em uma escola destas, conseguiu comprar um Opala zero.
Estamos em 2007 e hoje, com um salário de professor, não se consegue comprar nem mesmo a porta do próprio Opala que hoje deve habitar um ferro-velho. Bom, mas as gerações passam, os Opalas acabaram e as classes dos docentes e alunos seguem sucateadas. E assim vai caminhando, ou melhor, tropeçando, a educação brasileira e riograndense, com seus ex-alunos desempregados e professores procurando um emprego melhor, e com um salário mais digno, já que a nossa querida governadora quer tornar a profissão insalubre.
Enfim, chego à outra conclusão estapafúrdia:
“A escola é como a masturbação, só tem graça quando somos novos e ainda não conhecemos nada melhor”.



Lucas Loch Moreira

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Triste fim da pequena bailarina

Sendo a vida a coisa mais importante
termina aqui um pedaço da minha...
Termina aqui uma menina que não queria ser criança
e que agora é apenas saudade...
Terminam-se as ilusões de uma pequena que só queria amar...

E deixa de sofrer uma alma que era feliz e não sabia...
Uma garota que não deu a valor a própria vida...
Nem ao amor de seus amigos...
E termina o sonho da pequena dançarina...

A bailarina que dançará agora em outro lugar...
Mas que ainda vai movimentar meu coração
ao ritmo de uma música qualquer...

A bailarina que vai dançar em meus pensamentos...
E valsar com minhas ilusões...


baby blue...

Lucas Loch Moreira